Marcos Coimbra (03/02/2013)
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Mídia e Poder: As oposições e suas batalhas
O
comportamento de nossas oposições é, às vezes, francamente infantil.
Parece-se com as crianças pequenas que gostam de atazanar os coleguinhas
maiores com chutes, beliscões e xingamentos. E que choram quando os
grandes reagem e lhes dão um chega pra lá.
Acabamos
de presenciar uma dessas situações. Nos últimos dias, o que mais se
ouve são as queixas oposicionistas contra o protagonismo adotado por
Dilma Rousseff em seu pronunciamento a respeito das questões energéticas
e da redução das tarifas de eletricidade.
As
oposições não gostaram do discurso. Seja na nota oficial do PSDB, seja
nos editoriais da imprensa oposicionista ou nas “análises” dos
entendidos recrutados por elas, disseram-se indignadas com o conteúdo e a
forma da manifestação.
O
mínimo que afirmaram é que, ao convocar cadeia nacional de rádio e
televisão para anunciar as posições do governo, a presidenta havia se
aproveitado das prerrogativas do cargo e feito campanha em favor da
reeleição.
Supor
que Dilma tenha resolvido se pronunciar em busca de dividendos
eleitorais é ignorar quem ela é. Aqueles que a conhecem sabem: em
condições semelhantes, ela diria exatamente o mesmo, ainda que não
cogitasse se candidatar a nada. Sabem também que seria improvável que
ela permanecesse indefinidamente calada, ouvindo o que andou ouvindo.
Quando o grande plano das
oposições para voltar ao Planalto fez água, elas passaram a se dedicar a
outra estratégia. A espetacularização do julgamento do “mensalão” não
causou os danos que esperavam na imagem do PT, como ficou evidente à luz
de seu desempenho na última eleição e perante o favoritismo dela e de
Lula nas pesquisas sobre a sucessão em 2014.
O antipetismo teve de mudar o alvo.
As
oposições parlamentares e extraparlamentares dirigiram suas baterias
contra Dilma, querendo desmoralizar o governo. Tudo se tornou pretexto
para acusá-lo. A elas, a rigor, nunca importou a razão de cada crítica,
se o avaliavam mal por considerá-lo ignorante, incompetente, corrupto ou
qualquer outra coisa. O que buscavam era sempre ter uma denúncia para
incomodá-lo.
Bateram
no governo sem parar. Os articulistas e comentaristas da “grande mídia”
fizeram a festa, espicaçando-o pelo que fazia, pelo que deixava de
fazer e pelo que nem estava em seus planos. O retardo das chuvas de
verão veio a calhar. Sentiram o gosto da vitória que poderiam ter sobre a
presidenta, que se orgulha de conhecer o setor elétrico. E acreditaram
que se desforrariam: após o vexame do apagão tucano, o PT amargaria o
seu.
A
presidenta cumpriu com seu dever ao falar diretamente ao País. Depois
de três meses de bombardeio negativo, em que os esclarecimentos dos
responsáveis mereceram espaço minúsculo na mídia, cabia a ela apresentar
a versão do governo.
O pronunciamento foi em tom político, coisa que não é comum em Dilma, que prefere falar de maneira técnica.
Dá-se o caso que
o tema já estava politizado e que seria difícil tratá-lo de outra
maneira. Para esclarecer o que pensava, ela tinha de dizer por que
discordava da oposição.
Não
deixam de ser curiosas as expectativas que alguns setores da sociedade
têm em relação ao PT e suas lideranças. O que consideram normal nos
políticos da oposição torna-se pecado quando vem de um petista.
Os pesos e as medidas são completamente diferentes para os dois lados.
Receber
e não declarar recursos para fazer campanha? Nomear correligionários
para cargos públicos? Indicar aliados para funções na administração?
Tudo isso é regra no sistema político brasileiro. Mas estaria proibido
ao PT, que deveria amarrar as mãos e assistir aos adversários fazerem o
que apenas a ele é vetado.
Dar
a outra face quando atacado? Nenhum faz isso, a começar por alguns dos
mais ilustres representantes do oposicionismo, que são incensados quando
se mostram duros e até vingativos (ou alguém se esqueceu de quem é e
como atua José Serra?). Mas Dilma teria a obrigação de apanhar calada.
O
fato é que ela não é assim. E é bom que deixe isso claro desde o início
do ano, que deve ser parecido a janeiro no denuncismo. Com sua grande
popularidade e o apoio quase unânime do País, é bem provável que tenha
de voltar aos meios de comunicação. Quando a provocarem além do normal.
E não vai adiantar fazer beicinho.Confira os últimos artigos de Marcos Coimbra:
Mídia e Poder: As oposições e suas batalhas
É intrigante o esforço que a mídia faz para desmerecer um governo que mudou o país pra melhor, está longe da perfeição, mas até hoje ninguém fez melhor!
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